Desigualdade Persistente: Desemprego de Mulheres e Negros Supera a Média Nacional em 2023

A pesquisa também aborda a informalidade, que, apesar de ter apresentado uma leve queda de 39,4% em 2022 para 39,2% em 2023, permanece em patamares elevados. Estados como Maranhão, Pará e Piauí lideram nesse cenário, enquanto Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo apresentam as menores taxas.
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Desigualdade Persistente: Desemprego de Mulheres e Negros Supera a Média Nacional em 2023
Por Alberto Senna
Em um país que busca constantemente o desenvolvimento econômico e social, os números divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam um cenário alarmante: o desemprego de mulheres e negros encerrou 2023 acima da média nacional.
No último trimestre de 2023, o Brasil registrou uma taxa de desocupação de 7,4%, porém, ao analisarmos as nuances de gênero e raça, as disparidades se tornam gritantes. As mulheres enfrentaram uma taxa de desemprego de 9,2%, superando a média nacional, enquanto os homens mantiveram a taxa de 6%. Uma diferença de 53,3%, reforçando a persistência de desigualdades que vêm sendo enfrentadas ao longo dos anos.
A análise por cor da pele também evidencia disparidades, com a população branca apresentando uma taxa de desemprego de 5,9%, enquanto pretos (8,9%) e pardos (8,5%) superaram a média nacional. Essa discrepância, semelhante à registrada no início da série histórica, destaca a urgência de políticas públicas que abordem essas desigualdades estruturais.
A questão educacional é outro ponto crítico revelado pela pesquisa. Trabalhadores com ensino médio incompleto enfrentam uma taxa de desemprego alarmante de 13%, a mais elevada entre todos os segmentos. Enquanto isso, a relação entre escolaridade e empregabilidade demonstra que o ensino superior incompleto possui uma taxa de desemprego de 7,6%, mais que o dobro daquela para os que concluíram o curso.
Ao analisar o cenário estadual, observamos quedas no índice de desemprego em 26 das 27 unidades da federação ao longo de 2023. Contudo, Roraima apresentou um aumento, indicando a necessidade de estratégias específicas para regiões que desafiam a tendência nacional.
A coordenadora da Pnad, Adriana Beringuy, destaca que, em 2023, oito estados alcançaram a menor taxa anual de desocupação de sua série histórica. No entanto, é crucial não perder de vista que as desigualdades persistem e variam de estado para estado, evidenciando a complexidade do desafio.
A pesquisa também aborda a informalidade, que, apesar de ter apresentado uma leve queda de 39,4% em 2022 para 39,2% em 2023, permanece em patamares elevados. Estados como Maranhão, Pará e Piauí lideram nesse cenário, enquanto Santa Catarina, Distrito Federal e São Paulo apresentam as menores taxas.
O percentual de empregados com carteira assinada se manteve em 73,7% no último trimestre de 2023, evidenciando a necessidade de discussões aprofundadas sobre direitos trabalhistas e segurança no emprego.
Diante desses números, é urgente que a sociedade e os gestores públicos estejam unidos na busca por soluções eficazes para reduzir as disparidades de gênero, raça e escolaridade no mercado de trabalho. O enfrentamento desses desafios não apenas fortalecerá a economia, mas também consolidará um país mais justo e equitativo para todos os seus cidadãos.
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