Morre Papa Francisco aos 88 anos: servo fiel retorna à casa do Pai e deixa legado de compaixão e justiça
Papa Francisco morre aos 88 anos. Líder espiritual que marcou a Igreja com fé, humildade e justiça social, deixa um legado eterno de amor ao próximo e compromisso com os mais pobres.
“Adeus ao Papa do Fim do Mundo: Francisco morre aos 88 anos e deixa legado de amor, coragem e renovação”
O mundo amanheceu mais silencioso. Em meio a preces, lágrimas e um profundo sentimento de gratidão, o Vaticano anunciou a morte de Papa Francisco, aos 88 anos, (nesta segunda-feira (21), às 7h35, horário local. E 2h35 em Brasília). Um mês após deixar o Hospital Gemelli, onde se recuperava de uma pneumonia infecciosa, o pontífice fez sua última aparição pública no domingo de Páscoa, visivelmente fragilizado, mas fiel ao seu chamado: caminhar com o povo até o fim.
“Esta manhã, às 7h35, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua Igreja”, declarou o cardeal camerlengo Kevin Farrell, com a voz embargada pela emoção.
Jorge Mario Bergoglio, o papa argentino que veio do “fim do mundo”, foi muito mais do que o 266º sucessor de Pedro. Ele foi o sopro de esperança em tempos de incerteza, o abraço da Igreja nos marginalizados, o eco da justiça social e do amor incondicional em um mundo marcado por muros, guerras e desigualdades.
Um papa que escolheu a cruz dos outros
Francisco jamais se escondeu atrás dos muros do Vaticano. Preferiu calçadas, favelas, campos de refugiados e prisões. Enfrentou a dor com humildade, a crítica com serenidade e a resistência com ternura. Mesmo nos últimos meses, limitado por uma cadeira de rodas e sofrendo com dores constantes, fez questão de manter sua rotina de trabalho — com um olhar sempre voltado aos mais frágeis.
Foi o primeiro papa jesuíta e o primeiro latino-americano a assumir o trono de Pedro. Mas foi, acima de tudo, o primeiro papa a renunciar ao palácio apostólico para viver num pequeno apartamento, demonstrando que a grandeza do serviço está na simplicidade.
A missão que virou legado
Durante seus 12 anos de pontificado, Francisco abriu as janelas do Vaticano para o mundo. Conclamou os líderes a cuidar da Casa Comum com sua histórica encíclica “Laudato Si’”. Gritou contra o comércio de armas, defendeu os migrantes, os pobres, os esquecidos. Combateu abusos dentro da própria Igreja e exigiu transparência, justiça e conversão.
Em sua essência, Francisco foi a voz dos que não têm voz. Seu pontificado foi uma ponte entre o céu e a terra, entre fé e ação, entre tradição e compaixão.
Críticas e desafios: o peso de ser ponte
Como todo reformador — e mais ainda como um verdadeiro renovador —, Francisco foi incompreendido. Para alguns, ousado demais. Para outros, tímido nas mudanças. Sua abertura para bênçãos a casais homoafetivos e restrições a missas em latim dividiram opiniões. Mas em cada passo, havia um desejo profundo: tornar a Igreja mais parecida com o Evangelho.
Uma despedida que ecoa no coração do mundo
Francisco desejava ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maggiore, um gesto simbólico que resume toda sua caminhada: estar entre o povo, não acima dele. Com o ritual simplificado que ele mesmo deixou preparado — caixão de madeira e zinco, sem ostentação —, despede-se de forma coerente com tudo o que pregou.
Nos próximos dias, o Vaticano viverá o ritual do adeus: nove dias de funeral, depois o conclave. O mundo observará, os cardeais votarão. Mas o coração de milhões já sente saudade.
E agora?
O sucessor de Francisco herdará um desafio imenso: dar continuidade a uma Igreja mais acolhedora sem perder o vínculo com a tradição. Reunir progressistas e conservadores sob o mesmo teto espiritual. Manter o olhar nos confins da terra, como Francisco sempre fez.
Francisco não se foi — ele permanece
Francisco partiu, mas sua semente está plantada em cada gesto de compaixão, em cada jovem que volta à fé, em cada pároco que abre as portas para os sem-teto, em cada fiel que redescobre o Cristo nos olhos dos pobres.
Ele não será lembrado apenas como o papa do sorriso leve ou do sotaque argentino. Será lembrado como aquele que nos lembrou, dia após dia, que o Evangelho é, antes de tudo, encontro, perdão e esperança.
Descanse em paz, Francisco. O mundo chora tua ausência, mas celebra eternamente tua presença.
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